sábado, 15 de maio de 2010

Jean Michel Jarre e um concerto que não acontece no Brasil

Jean Michel Jarre e Marcio Barbosa, Diretor -Geral Adjunto da Unesco no escritório da entidade em 3 de Novembro de 2009.

Foto: Divulgação


Jean Michel Jarre é um dos maiores nomes da musica do século XX. Isto é fato. Desde que iniciou sua carreira com o sucesso de seu primeiro album Oxygene que completou 30 anos em 2006, o notório francês nascido em Lyon em 24 de Agosto de 1948 conseguiu de uma forma muito eficiente popularizar a musica instrumental nos quatro cantos do planeta. Suas composições sempre estiveram a frente de seu tempo e os arranjos que sugeriam uma nova era com os efeitos espaciais deram ao mundo da música uma nova arte de composição, um novo tempo de explorações tecnológicas nas gravações. Resultado disso foram os albuns Equinoxe de 1978, Magnetic Fields de 1981 e Zoolook de 1984. Na minha opinião, foram os três albuns que prepararam Jarre para o estrelato. Ou melhor, prepararam para um concerto histórico de comemoração de 150 anos da cidade de Houston no Texas onde um publico em torno de 1.300.000 pessoas estiveram presentes e que conduziu Jarre, definitivamente, a consagração de seu trabalho. Depois em 1988 outro grande concerto foi realizado em Londres, no meio de um frio impiedoso e uma chuva torrencial na cidade britânica, onde milhares de pessoas estiveram presentes. Cerca de dois anos após este evento, outro concerto histórico, na capital de seu país-natal: Paris. O concerto conhecido como La Defense levou cerca de 2.300.000 pessoas a assistirem um espetaculo de luzes e cores que cobriam literalmente os predios daquele local com imagens sendo projetadas e um palco montado em forma de uma pirâmide abrigando dezenas de musicos, computadores, cases e teclados dos mais variados tipos, inclusive o The Magic, teclado em forma circular que oferecia sons atípicos e, sem redundância, exclusivos. Se você é muito jovem talvez não tenha ouvido falar de Jean Michel Jarre, tampouco deste concerto. Mas tudo isso foi transmitido no Brasil, na época, pela TV Globo como um especial de fim-de-ano. Depois deste concerto, nenhum trabalho do francês foi divulgado. O album Waiting For Cousteau, produzido para homenagear o mundialmente famoso Jacques Cousteau, oceanógrafo e explorador francês que morreu em 1997, foi o ultimo trabalho de Jarre divulgado pela TV no Brasil. Depois disso, mais nada. E onde que entra a questão de um espetáculo de Jarre tão sonhado em nosso país? Justamente nisso: como realizar um evento de tamanho porte se não há divulgação maciça de seu trabalho por aqui. Em São Paulo ocorreu a exposição Jarre 60 que automaticamente elegia o Brasil a uma candidatura dos shows de Jarre por aqui. Mesmo sendo o ano da França no Brasil, nada de concreto ocorreu. A midia televisiva não transmite os shows que ocorrem na Europa e sem divulgação, é muito claro que as chances do artista vir até aqui tornam-se parcas, quase nulas. Se a TV brasileira tivesse dado continuidade a divulgação deste grande artista, era bem possível imaginar, que, um concerto de Jean Michel Jarre poderia ja ter ocorrido, seja na Av Paulista em São Paulo, seja na Praia de Copacabana no Rio ou em qualquer cidade grande de nosso país. Até porque este espetáculo cai como uma luva num pais rico de cultura como é o Brasil. Enquanto não ha mobilização por parte da mídia brasileira, ficaremos a margem de uma esperança, que não sabemos se é falsa ou verdadeira, aguardando um sinal verde para realização de um sonho, quase platônico, de milhares de brasileiros, admiradores do grandioso e incontestável talento de Jean Michel Jarre.

10 comentários:

  1. Pode esquecer!
    Nem ele, nem Vangelis, nem Enya, nem Yanni.
    New age/eletrônica no Brasil é muito difícil!
    Só Kraftwerk aparece por aqui.

    Aliás é capaz de Yanni ou André Rieu vir fazer show aqui e Jarre não!

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  2. Parabéns Marcelo pelo "desabafo". É incrivel a dificuldade de se trazer artistas çomo Jean-Michel Jarre no Brasil. Ele faz uma musica universal e um espetáculo dele fica eternamente marcado no lugar em que foi feito.

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  3. Parabens colega. Qualquer iniciativa, mesmo desabafo é importante para divulgar o Maestro da eletrônica no país.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Sabe por que não tem divulgação ? Porque a mídia brasileira tem seus escolhidos. Aqueles que são empurrados goela abaixo das pessoas !!! Vi André Rier no Faustão, foi um desastre !! O apresentador não tinha nem conhecimento do valor do André !! E assim continua a humanidade. Azar de quem tem bom gosto !

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  6. Eu, em nome do The Music Journal Brazil eu agradeço imensamente a participação de todos vocês que são muito importantes para o engrandecimento deste blog. Eu acreditei que fosse o momento de escrever esta matéria, pois o público que é fã de Jarre é sempre inserido em expectativas que não conseguem sair do papel. Apesar de todas as dificuldades existentes, prefiro acreditar, ainda da forma como escrevi nesta matéria, platônica, que ele venha nos visitar. Um grandioso abraço a todos.

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  7. É lamentável que este tipo de coisa ocorra em nosso país. A verdade é que 99 por cento da população brasileira não conhece ou nunca ouviu falar em musicos do padrão de Jean Michel Jarre..
    Pois aqui o que vende, da ibope e atrai o público são musicas pop (que ultimamente tem sido cada vez piores) e porcarias quem nem deveriam ser chamadas de música, como por ex Rebolation.

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  8. Novamente parabéns por sua matéria, mas vc sabe que Brasil é Brasil, no país de Claudia Leite e Ivete SAngalo, Bello é Rei. Mas seu desbafor/matéria foi feita de forma assertiva e coesa.
    Abraços
    Roberto Rocha

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  9. Jarre, inesquecível. Eu conheci o trabalho deste músico insuperável aos doze anos. Em fins da década de 80 e 1990, ainda consegui assistir aos shows pela TV. Desde então... nada. Mas fica uma saudade extrema e ainda guardo os meus discos em vinil deste artista que compôs canções antológicas em minha vida.

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  10. como a mediocridade musical no brasil alcançou altos patamares, jean michell aqui no brasil talves seja ate um contrangimento para ele o proprio e para nos onde talves o publico seja muito pequeno e seja uma motivo ate de chacota desses programas de tv de meia tigela onde tira onda dos personagens que vem ao brasil.

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